Confissão de Fé de Westminster

Capítulo I Da ESCRITURA SAGRADA

I. Ainda que a luz da natureza e as obras da criação e da providência de tal modo manifestem a bondade, a sabedoria e o poder de Deus, que os homens ficam inescusáveis, contudo não são suficientes para dar aquele conhecimento de Deus e da sua vontade necessário para a salvação; por isso foi o Senhor servido, em diversos tempos e diferentes modos, revelar-se e declarar à sua Igreja aquela sua vontade; e depois, para melhor preservação e propagação da verdade, para o mais seguro estabelecimento e conforto da Igreja contra a corrupção da carne e malícia de Satanás e do mundo, foi igualmente servido fazê-la escrever toda. Isto torna indispensável a Escritura Sagrada, tendo cessado aqueles antigos modos de revelar Deus a sua vontade ao seu povo.

Referências. Sl 19.1-4; Rm 1.32, Rm 2.1, Rm 2.14-15; 1Co 1.21, 2 13-14; Hb 1.1-2; Lc 1.3-4; Rm 15.4; Mt 4.4, 7.10; 8.20; 1Tm 3.15; 2Pe 1.19;


II. Sob o nome de Escritura Sagrada, ou Palavra de Deus escrita, incluem-se agora todos os livros do Velho e do Novo Testamento, que são os seguintes, todos dados por inspiração de Deus para serem a regra de fé e de prática:

O Velho Testamento

  • Gênesis
  • Êxodo
  • Levítico
  • Números
  • Deuteronômio
  • Josué
  • Juízes
  • Rute
  • I Samuel
  • II Samuel
  • I Reis
  • II Reis
  • I Crônicas
  • II Crônicas
  • Esdras
  • Neemias
  • Ester
  • Salmos
  • Provérbios
  • Eclesiastes
  • Cântico dos Cânticos
  • Isaías
  • Jeremias
  • Lamentações de Jeremias
  • Ezequiel
  • Daniel
  • Oséias
  • Joel
  • Amós
  • Obadias
  • Jonas
  • Miquéias
  • Naum
  • Habacuque
  • Sofonias
  • Ageu
  • Zacarias
  • Malaquias

O NOVO TESTAMENTO

  • Mateus
  • Marcos
  • Lucas
  • João
  • Atos
  • Romanos
  • I Coríntios
  • II Coríntios
  • Gálatas
  • Efésios
  • Filipenses
  • Colossenses
  • I Tessalonicenses
  • II Tessalonicenses
  • I Timóteo
  • II Timóteo
  • Tito
  • Filemon
  • Hebreus
  • Tiago
  • I Pedro
  • II Pedro
  • I João
  • II João
  • III João
  • Judas
  • Apocalipse

Referencias. Ef 2.20; Ap 22.18-19; 2Tm 3.16; Mt 11.27.


III. Os livros geralmente chamados Apócrifos, não sendo de inspiração divina, não fazem parte do cânon da Escritura; não são, portanto, de autoridade na Igreja de Deus, nem de modo algum podem ser aprovados ou empregados senão como escritos humanos.

Referencias. Lc 24.27,44; Rm 3.2; 2Pe 1.21.


IV. A autoridade da Escritura Sagrada, razão pela qual deve ser crida e obedecida, não depende do testemunho de qualquer homem ou igreja, mas depende somente de Deus (a mesma verdade) que é o seu autor; tem, portanto, de ser recebida, porque é a palavra de Deus.

Referencias. 2Tm 3.16; 1Jo 5.9; 1Ts 2.13.


V. Pelo testemunho da Igreja podemos ser movidos e incitados a um alto e reverente apreço da Escritura Sagrada; a suprema excelência do seu conteúdo, e eficácia da sua doutrina, a majestade do seu estilo, a harmonia de todas as suas partes, o escopo do seu todo (que é dar a Deus toda a glória), a plena revelação que faz do único meio de salvar-se o homem, as suas muitas outras excelências incomparáveis e completa perfeição, são argumentos pelos quais abundantemente se evidencia ser ela a palavra de Deus; contudo, a nossa plena persuasão e certeza da sua infalível verdade e divina autoridade provém da operação interna do Espírito Santo, que pela palavra e com a palavra testifica em nossos corações.

Referencias. 1Tm 3.15; 1Jo 2.20,27; Jo 16.13-14; 1Co 2.10-12.


6. Pelo testemunho da Igreja podemos ser movidos e incitados a um alto e reverente apreço da Escritura Sagrada; a suprema excelência do seu conteúdo, e eficácia da sua doutrina, a majestade do seu estilo, a harmonia de todas as suas partes, o escopo do seu todo (que é dar a Deus toda a glória), a plena revelação que faz do único meio de salvar-se o homem, as suas muitas outras excelências incomparáveis e completa perfeição, são argumentos pelos quais abundantemente se evidencia ser ela a palavra de Deus; contudo, a nossa plena persuasão e certeza da sua infalível verdade e divina autoridade provém da operação interna do Espírito Santo, que pela palavra e com a palavra testifica em nossos corações.

Referencias. 2Tm 3.15-17; Gl 1.8; 2Ts 2.2; Jo 6.45; 1Co 2.9,10,12; 1Co 11.13-14.


VII. Na Escritura não são todas as coisas igualmente claras em si, nem do mesmo modo evidentes a todos; contudo, as coisas que precisam ser obedecidas, cridas e observadas para a salvação, em um ou outro passo da Escritura são tão claramente expostas e explicadas, que não só os doutos, mas ainda os indoutos, no devido uso dos meios ordinários, podem alcançar uma suficiente compreensão delas.

Referencias. 2Pe 3.16; Sl 119.105; At 17.11;


VIII. O Velho Testamento em Hebraico (língua vulgar do antigo povo de Deus) e o Novo Testamento em Grego (a língua mais geralmente conhecida entre as nações no tempo em que ele foi escrito), sendo inspirados imediatamente por Deus e pelo seu singular cuidado e providência conservados puros em todos os séculos, são por isso autênticos e assim em todas as controvérsias religiosas a Igreja deve apelar para eles como para um supremo tribunal; mas, não sendo essas línguas conhecidas por todo o povo de Deus, que tem direito e interesse nas Escrituras e que deve no temor de Deus lê-las e estudá-las, esses livros têm de ser traduzidos nas línguas vulgares de todas as nações aonde chegarem, a fim de que a palavra de Deus, permanecendo nelas abundantemente, adorem a Deus de modo aceitável e possuam a esperança pela paciência e conforto das escrituras.

Referencias. Mt 5.18; Is 8.20; 2Tm 3.14-15; 1Co 14.6,9,11,12,24,27,28; Cl 3.16; Rm 15.4.


IX. A regra infalível de interpretação da Escritura é a mesma Escritura; portanto, quando houver questão sobre o verdadeiro e pleno sentido de qualquer texto da Escritura (sentido que não é múltiplo, mas único), esse texto pode ser estudado e compreendido por outros textos que falem mais claramente.

Referencias. At 15.15; Jo 5.46; 2Pe 2.20-21.


X. O Juiz Supremo, pelo qual todas as controvérsias religiosas têm de ser determinadas e por quem serão examinados todos os decretos de concílios, todas as opiniões dos antigos escritores, todas as doutrinas de homens e opiniões particulares, o Juiz Supremo em cuja sentença nos devemos firmar não pode ser outro senão o Espírito Santo falando na Escritura.

Referencias. Mt 22.29; At 28.25; Gl 1.10.

CAPÍTULO II DE DEUS E DA SANTÍSSIMA TRINDADE


I. Há um só Deus vivo e verdadeiro, o qual é infinito em seu ser e perfeições. Ele é um espírito puríssimo, invisível, sem corpo, membros ou paixões; é imutável, imenso, eterno, incompreensível, - onipotente, onisciente, santíssimo, completamente livre e absoluto, fazendo tudo para a sua própria glória e segundo o conselho da sua própria vontade, que é reta e imutável. É cheio de amor, é gracioso, misericordioso, longânimo, muito bondoso e verdadeiro remunerador dos que o buscam e, contudo, justíssimo e terrível em seus juízos, pois odeia todo o pecado; de modo algum terá por inocente o culpado.

Referências. Dt 6.4; 1Co 8.4,6; 1Ts 1.9; Jr 10.10; Jó 11.79; Jó 26.14; Jo 6.24; 1Tm 1.17; Dt 4.15-16; Lc 24.39; At 14.11,15; Tg 1.17; 1Tm 3.15; 1Rs 8.27; Sl 92.2; Sl 145.3; Gn 17.1; Rm 16.27; Sl 115.3; Ex 3.14; Ef 1.11; Pv 16.4; Rm 11.36; Ap 4.11; 1Jo 4.8; Ex 36.6-7; Hb 11.6; Ne 9.32-33; Sl 5.5-6; Na 1.2-3.


II. Deus tem em si mesmo, e de si mesmo, toda a vida, glória, bondade e bem-aventurança. Ele é todo suficiente em si e para si, pois não precisa das criaturas que trouxe à existência, não deriva delas glória alguma, mas somente manifesta a sua glória nelas, por elas, para elas e sobre elas. Ele é a única origem de todo o ser; dele, por ele e para ele são todas as coisas e sobre elas tem ele soberano domínio para fazer com elas, para elas e sobre elas tudo quanto quiser. Todas as coisas estão patentes e manifestas diante dele; o seu saber é infinito, infalível e independente da criatura, de sorte que para ele nada é contingente ou incerto. Ele é santíssimo em todos os seus conselhos, em todas as suas obras e em todos os seus preceitos. Da parte dos anjos e dos homens e de qualquer outra criatura lhe são devidos todo o culto, todo o serviço e obediência, que ele há por bem requerer deles.

Referências. Jo 5.26; At 7.2; Sl 119.68; 1Tm 6.15; At 17.24.25; Rm 11.36; Ap 4.11; Hb 4.13; Rm 11.33-34; At 15.18; Pv 15.3; Tg 1.17; Sl 145.17; Ap 5.12-14.


III. Na unidade da Divindade há três pessoas de uma mesma substância, poder e eternidade - Deus o Pai, Deus o Filho e Deus o Espírito Santo, O Pai não é de ninguém - não é nem gerado, nem procedente; o Filho é eternamente gerado do Pai; o Espírito Santo é eternamente procedente do Pai e do Filho.

Referências. Mt 3.16-17, 2Co 13.14; Jo 1.14,18; Jo 15.26; Gl 4.6.

CAPÍTULO III DOS ETERNOS DECRETOS DE DEUS

I. Desde toda a eternidade, Deus, pelo muito sábio e santo conselho da sua própria vontade, ordenou livre e inalteravelmente tudo quanto acontece, porém de modo que nem Deus é o autor do pecado, nem violentada é a vontade da criatura, nem é tirada a liberdade ou contingência das causas secundárias, antes estabelecidas.

Referências. Is 45.6-7, Rm 11.13; Hb 6.17; Sl 5.4; Tg 1.13-17; 1Jo 1.5; Mt 17.2; Jo 19.11; At 2.23; At 4.27-28;

CAPÍTULO III DOS ETERNOS DECRETOS DE DEUS

II. Ainda que Deus sabe tudo quanto pode ou há de acontecer em todas as circunstâncias imagináveis, ele não decreta coisa alguma por havê-la previsto como futura, ou como coisa que havia de acontecer em tais e tais condições.

Referências. At 15.18, Pv 16.33; 1Sm 23.11-12; Mt 11.21-23; Rm 9.11-18;

III. Pelo decreto de Deus e para manifestação da sua glória, alguns homens e alguns anjos são predestinados para a vida eterna e outros preordenados para a morte eterna.

Referências. 1Tm 5.21; Mc 5.38; Jd 6; Mt 25.31,41; Pv 16.4; Rm 9.22-23; Ef 1.5-6.

IV. Esses homens e esses anjos, assim predestinados e preordenados, são particular e imutavelmente designados; o seu número é tão certo e definido, que não pode ser nem aumentado nem diminuído.

Referências. Jo 10.14.16; Jo 10.27-28; Jo 13.18; 2Tm 2.19.

V. Segundo o seu eterno e imutável propósito e segundo o santo conselho e beneplácito da sua vontade, Deus antes que fosse o mundo criado, escolheu em Cristo para a glória eterna os homens que são predestinados para a vida; para o louvor da sua gloriosa graça, ele os escolheu de sua mera e livre graça e amor, e não por previsão de fé, ou de boas obras e perseverança nelas, ou de qualquer outra coisa na criatura que a isso o movesse, como condição ou causa.

Referências. Ef 1.4,9,11; Rm 8.30; IITm 1.9; 1Ts 5.9; Rm 9.11-16; Ef 1.19; Ef 2.8-9.

VI. Assim como Deus destinou os eleitos para a glória, assim também, pelo eterno e mui livre propósito da sua vontade, preordenou todos os meios conducentes a esse fim; os que, portanto, são eleitos, achando-se caídos em Adão, são remidos por Cristo, são eficazmente chamados para a fé em Cristo pelo seu Espírito, que opera no tempo devido, são justificados, adotados, santificados e guardados pelo seu poder por meio da fé salvadora. Além dos eleitos não há nenhum outro que seja remido por Cristo, eficazmente chamado, justificado, adotado, santificado e salvo.

Referências. 1Pe 1.2; Ef 1.4, 2.10; 2Ts 2.13; 1Ts 5.9-10; Tt 2.14; Rm 8.30; Ef 1.5; Jo 6.64-65; Rom 8.28; 1Jo 2.19.

VII. Segundo o inescrutável conselho da sua própria vontade, pela qual ele concede ou recusa misericórdia, como lhe apraz, para a glória do seu soberano poder sobre as suas criaturas, o resto dos homens, para louvor da sua gloriosa justiça, foi Deus servido não contemplar e ordená-los para a desonra e ira por causa dos seus pecados.

Referências. Mt 11.25-26; Rm 9.17-22, 2Tm 2.20; Jd 4; 1Pe 2.8.

VIII. A doutrina deste alto mistério de predestinação deve ser tratada com especial prudência e cuidado, a fim de que os homens, atendendo à vontade revelada em sua palavra e prestando obediência a ela, possam, pela evidência da sua vocação eficaz, certificar-se da sua eterna eleição. Assim, a todos os que sinceramente obedecem ao Evangelho esta doutrina fornece motivo de louvor, reverência e admiração de Deus, bem como de humildade diligência e abundante consolação.

Referências. Rm 9.20; Rm 11.23, Dt 29.29; 2Pe 1.10; Ef 1.6; Lc 10.20; Rm 5.33, 11.5,6,10.

CAPÍTULO IV DA CRIAÇÃO

I. Ao princípio aprouve a Deus o Pai, o Filho e o Espírito Santo, para a manifestação da glória do seu eterno poder, sabedoria e bondade, criar ou fazer do nada, no espaço de seis dias, e tudo muito bom, o mundo e tudo o que nele há, visíveis ou invisíveis.

Referências. Rm 9.36; Hb 1.2, Jo 1.2-3; Rm 1.20; Sl 104.24; Je 10.12; Gn 1; At 17.24; Cl 1.16; Ex 20.11.

II. Depois de haver feito as outras criaturas, Deus criou o homem, macho e fêmea, com almas racionais e imortais, e dotou-as de inteligência, retidão e perfeita santidade, segundo a sua própria imagem, tendo a lei de Deus escrita em seus corações, e o poder de cumpri-la, mas com a possibilidade de transgredi-la, sendo deixados à liberdade da sua própria vontade, que era mutável. Além dessa escrita em seus corações, receberam o preceito de não comerem da árvore da ciência do bem e do mal; enquanto obedeceram a este preceito, foram felizes em sua comunhão com Deus e tiveram domínio sobre as criaturas.

Referências. Gn 1.27; Sl 8.5; Ec 12.7; Mt 10.28; Rm 2.14; Cl 3.10. Gn 3.6.

CAPÍTULO V DA PROVIDÊNCIA

I. Pela sua muito sábia providência, segundo a sua infalível presciência e o livre e imutável conselho da sua própria vontade, Deus, o grande Criador de todas as coisas, para o louvor da glória da sua sabedoria, poder, justiça, bondade e misericórdia, sustenta, dirige, dispõe e governa todas as suas criaturas, todas as ações e todas as coisas, desde a maior até a menor.

Referências. Ne 9.6; Sl 145.14-16; Dn 4.34-35; Sl 135.6; Mt 10.29-31; Pv 15.3; 2Cro 16.9; At 15.18; Ef 1.11; Sl 33.10-11; Ef 3.10; Rm 9.17; Gn 45.5.

II. Posto que, em relação à presciência e ao decreto de Deus, que é a causa primária, todas as coisas acontecem imutável e infalivelmente, contudo, pela mesma providência, Deus ordena que elas sucedam conforme a natureza das causas secundárias, necessárias, livre ou contingentemente.

Referências. Jr 32.19; At 2.13; Gn 8.22; Jr 31.35; Is 10.6-7.

III. Na sua providência ordinária Deus emprega meios; todavia, ele é livre para operar sem eles, sobre eles ou contra eles, segundo o seu arbítrio.

Referências. At 27.24; Is 55.10-11; Os 1.7; Rm 4.20-21; Dn 3.27; Jo 11.34-45; Rm 1.4.

IV. A onipotência, a sabedoria inescrutável e a infinita bondade de Deus, de tal maneira se manifestam na sua providência, que esta se estende até a primeira queda e a todos os outros pecados dos anjos e dos homens, e isto não por uma mera permissão, mas por uma permissão tal que, para os seus próprios e santos desígnios, sábia e poderosamente os limita, e regula e governa em uma múltipla dispensarão mas essa permissão é tal, que a pecaminosidade dessas transgressões procede tão somente da criatura e não de Deus, que, sendo santíssimo e justíssimo, não pode ser o autor do pecado nem pode aprová-lo.

Referências. Is 45.7; Rm 11.32-34; At 4.27-28; Sl 76.10; 2Rs 19.28; At 14.16; Gn 50.20; Is 10.12; 1Jo 2.16; Sl 50.21; Tg 1.17.

V. O mui sábio, justo e gracioso Deus muitas vezes deixa por algum tempo seus filhos entregues a muitas tentações e à corrupção dos seus próprios corações, para castigá-los pelos seus pecados anteriores ou fazer-lhes conhecer o poder oculto da corrupção e dolo dos seus corações, a fim de que eles sejam humilhados; para animá-los a dependerem mais intima e constantemente do apoio dele e torná-los mais vigilantes contra todas as futuras ocasiões de pecar, para vários outros fins justos e santos.

Referências. 2Cr 32.25-26,31; 2Sm 24.1,25; Lc 22.31-32; 2Cr 12.7-9.

VI. Quanto àqueles homens malvados e ímpios que Deus, como justo juiz, cega e endurece em razão de pecados anteriores, ele somente lhes recusa a graça pela qual poderiam ser iluminados em seus entendimentos e movidos em seus corações, mas às vezes tira os dons que já possuíam, e os expõe a objetos que a sua corrupção torna ocasiões de pecado; além disso os entrega às suas próprias paixões, às tentações do mundo e ao poder de Sataná5: assim acontece que eles se endurecem sob as influências dos meios que Deus emprega para o abrandamento dos outros.

Referências. Rm 1.24,25,28; Rm 11.7; Dt 29.4; Mc 4.11-12; Mt 13.12; Mt 25.29; 2Rs 8.12-13; Sl 81.11-12; 1Co 2.11; 2Co 11.3; Ex 8.15,32; Ex 8.15,32; Is 8.14.

VII. Como a providência de Deus se estende, em geral, a todos os crentes, também de um modo muito especial ele cuida da Igreja e tudo dispõe a bem dela.

Referências. Am 9.8-9; Mt 16.18; Rm 8.28; 1Tm 4.10.

CAPÍTULO VI DA QUEDA DO HOMEM, DO PECADO E DO SEU CASTIGO

I. Nossos primeiros pais, seduzidos pela astúcia e tentação de Satanás, pecaram, comendo do fruto proibido. Segundo o seu sábio e santo conselho, foi Deus servido permitir este pecado deles, havendo determinado ordená-lo para a sua própria glória.

Referências. Gn 3.13; 2Co 11.3 Rm 11.32 e 5.20-21.

II. Por este pecado eles decaíram da sua retidão original e da comunhão com Deus, e assim se tornaram mortos em pecado e inteiramente corrompidos em todas as suas faculdades e partes do corpo e da alma.

Referências. Gn 3.6-8; Rm 3.23; Gn 2.17; Ef 2.1-3; Rm 5.12; Gn 6.5; Jr 17.9; Tt. 1.15; Rm 3.10-18.

III. Sendo eles o tronco de toda a humanidade, o delito dos seus pecados foi imputado a seus filhos; e a mesma morte em pecado, bem como a sua natureza corrompida, foram transmitidas a toda a sua posteridade, que deles procede por geração ordinária.

Referências. Gn 3.6-8; Gn 2.17; Rm 5.17; 15.19; 1Co 15.21,22,45,49; Sl 51.5; Gn 5.3; Jo 3.6.

IV. Desta corrupção original pela qual ficamos totalmente indispostos, adversos a todo o bem e inteiramente inclinados a todo o mal, é que procedem todas as transgressões atuais.

Referências. Rm 5.6; Rm 7.18; Rm 5.7; Cl 1.21; Gn 6.5; Gn 8.21; Rm 3.10-12; Tg 1.14-15; Ef 2.2-3; Ef 2.2-3;

V. Esta corrupção da natureza persiste, durante esta vida, naqueles que são regenerados; e, embora seja ela perdoada e mortificada por Cristo, todavia tanto ela, como os seus impulsos, são real e propriamente pecado.

Referências. Rm 5.6; Tg 3.2; 1Jo 1.8-10; Pv 20.9; Gn 6.5; Gl 5.17.

VI. Todo o pecado, tanto o original como o atual, sendo transgressão da justa lei de Deus e a ela contrária, torna, pela sua própria natureza, culpado o pecador e por essa culpa está ele sujeito à ira de Deus e à maldição da lei e, portanto, exposto à morte, com todas as misérias espirituais, temporais e eternas.

Referências. 1Jo 3.4; Rm 2.15; Rm 3.9; Ef 2.3; Gl 3.10; Rm 6.23; Ef 6.18; Lm 3.39; Mt 25.41; 2Ts 1.9.

CAPÍTULO VII DO PACTO DE DEUS COM O HOMEM

I. Tão grande é a distância entre Deus e a criatura, que, embora as criaturas racionais lhe devam obediência como ao seu Criador, nunca poderiam fruir nada dele como bem-aventurança e recompensa, senão por alguma voluntária condescendência da parte de Deus, a qual foi ele servido significar por meio de um pacto.

Referências. Jó 9.32-33; Sl 113.5-6; At 17.24-25; Lc 17.10.

II. O primeiro pacto feito com o homem era um pacto de obras; nesse pacto foi a vida prometida a Adão e nele à sua posteridade, sob a condição de perfeita obediência pessoal.

Referências. Gl 3.12; Rm 5.12-14; Rm 10.5; Gn 2.17; Gl 3.10.

II. O primeiro pacto feito com o homem era um pacto de obras; nesse pacto foi a vida prometida a Adão e nele à sua posteridade, sob a condição de perfeita obediência pessoal.

Referências. Gl 3.12; Rm 5.12-14; Rm 10.5; Gn 2.17; Gl 3.10.

III. O homem, tendo-se tornado pela sua queda incapaz de vida por esse pacto, o Senhor dignou-se fazer um segundo pacto, geralmente chamado o pacto da graça; nesse pacto ele livremente oferece aos pecadores a vida e a salvação por Jesus Cristo, exigindo deles a fé nele para que sejam salvos; e prometendo dar a todos os que estão ordenados para a vida o seu Santo Espírito, para dispô-los e habilitá-los a crer.

Referências. Gl 3.21; Rm 3.20-21; Rm 8.3; Is 42.6; Gn 3.15; Mt 28.18-20; Jo 3.16; Rm 1.16-17; Rm 10.6-9; At 13.48; Ez 36.26-27; Jo 6.37; Lc 11.13; Gl 3.14.

IV. Este pacto da graça é freqüentemente apresentado nas Escrituras pelo nome de Testamento, em referência à morte de Cristo, o testador, e à perdurável herança, com tudo o que lhe pertence, legada neste pacto.

Referências. Hb 9.15-17.

V. Este pacto no tempo da Lei não foi administrado como no tempo do Evangelho. Sob a Lei foi administrado por promessas, profecias, sacrifícios, pela circuncisão, pelo cordeiro pascoal e outros tipos e ordenanças dadas ao povo judeu, prefigurando, tudo, Cristo que havia de vir; por aquele tempo essas coisas, pela operação do Espírito Santo, foram suficientes e eficazes para instruir e edificar os eleitos na fé do Messias prometido, por quem tinham plena remissão dos pecados e a vida eterna: essa dispensarão chama-se o Velho Testamento.

Referências. 2Co 3.6-9; Rm 6.7; Cl 2.11-12; 1Co 5.7; 10.14; Hb 11.13; Jo 8.36; Gl 3.7-9.

VI. Sob o Evangelho, quando foi manifestado Cristo, a substância, as ordenanças pelas quais este pacto é dispensado são a pregação da palavra e a administração dos sacramentos do batismo e da ceia do Senhor; por estas ordenanças, posto que poucas em número e administradas com maior simplicidade e menor glória externa, o pacto é manifestado com maior plenitude, evidência e eficácia espiritual, a todas as nações, aos judeus bem como aos gentios. É chamado o Novo Testamento. Não há, pois, dois pactos de graça diferentes em substância mas um e o mesmo sob várias dispensações.

Referências. Cl 2.17; Mt 28.19; 1Co 11.23-25; Hb 12.22-24; 2Co 3.9-11; Lc 2.32; Ef 2.15-19; Lc 22.20; Gl 3.14-16; At 15.11; Rm 3.21-22,30; 4.16-17,23,24; .Hb 1.1-2.

CAPÍTULO VIII DE CRISTO O MEDIADOR

I. Aprouve a Deus em seu eterno propósito, escolher e ordenar o Senhor Jesus, seu Filho Unigênito, para ser o Mediador entre Deus e o homem, o Profeta, Sacerdote e Rei, o Cabeça e Salvador de sua Igreja, o Herdeiro de todas as coisas e o Juiz do Mundo; e deu-lhe desde toda a eternidade um povo para ser sua semente e para, no tempo devido, ser por ele remido, chamado, justificado, santificado e glorificado.

Referências. Is 42.1; 1Pe 1.19-20; 1Tm 2.5; Jo 3.16; Dt 18.15; At 3.20-22; Hb 5.5-6; Is 9.6-7; Lc 1.33; Hb 1.2; Ef 5.3; At 17.31; 2Co 5.10; Jo 17.6; Ef 1.4; 1Tm 2.5-6; 1Co 1.30; Rm 8.30.

II. O Filho de Deus, a Segunda Pessoa da Trindade, sendo verdadeiro e eterno Deus, da mesma substância do Pai e igual a ele, quando chegou o cumprimento do tempo, tomou sobre si a natureza humana com todas as suas propriedades essenciais e enfermidades comuns, contudo sem pecado, sendo concebido pelo poder do Espírito Santo no ventre da Virgem Maria e da substância dela. As duas naturezas, inteiras, perfeitas e distintas - a Divindade e a humanidade - foram inseparavelmente unidas em uma só pessoa, sem conversão composição ou confusão; essa pessoa é verdadeiro Deus e verdadeiro homem, porém, um só Cristo, o único Mediador entre Deus e o homem.

Referências. Jo 1.1,14; 1Pe 1.19-20; 1Tm 2.5; Jo 3.16; Dt 18.15; At 3.20-22; Hb 5.5-6; Is 9.6-7; Lc 1.33; Hb 1.2; Ef 5.3; At 17.31; 2Co 5.10; Jo 17.6; Ef 1.4; 1Tm 2.5-6; 1Co 1.30; Rm 8.30.

III. O Senhor Jesus, em sua natureza humana unida à divina, foi santificado e sem medida ungido com o Espírito Santo tendo em si todos os tesouros de sabedoria e ciência. Aprouve ao Pai que nele habitasse toda a plenitude, a fim de que, sendo santo, inocente, incontaminado e cheio de graça e verdade, estivesse perfeitamente preparado para exercer o ofício de Mediador e Fiador. Este ofício ele não tomou para si, mas para ele foi chamado pelo Pai, que lhe pôs nas mãos todo o poder e todo o juízo e lhe ordenou que os exercesse.

Referências. Sl 45.5; Jo 3.34; Hb 1.8-9; Cl 2.3; Cl 1.9; Hb 7.26; Jo 1.14; At 10.38; Hb 12.24; Hb 5.4-5; Jo 5.22,27; Mt 28.18.

IV. Este ofício o Senhor Jesus empreendeu mui voluntariamente. Para que pudesse exercê-lo, foi feito sujeito à lei, que ele cumpriu perfeitamente; padeceu imediatamente em sua alma os mais cruéis tormentos e em seu corpo os mais penosos sofrimentos; foi crucificado e morreu; foi sepultado e ficou sob o poder da morte, mas não viu a corrupção; ao terceiro dia ressuscitou dos mortos com o mesmo corpo com que tinha padecido; com esse corpo subiu ao céu, onde está sentado à destra do Pai, fazendo intercessão; de lá voltará no fim do mundo para julgar os homens e os anjos.

Referências. Sl 45.5; Hb 10.5-6; Jo 4.34; Fp 2.8; Gl 4.4; Mt 3.15; Mt 5.17; Mt 26.37-38; Lc 22.24; Mt 27.46; Fp 2.8; At 2.24,27; At 13.37; 1Co 15.4; Jo 20.25-27; Lc 24.50-51; 2Pe 3.22; Rm 8.34; Hb 7.25; Rm 14.10; At 1.11; Jo 5.28-29; Mt 13.40-42.

V. O Senhor Jesus, pela sua perfeita obediência e pelo sacrifício de si mesmo, sacrifício que pelo Eterno Espírito, ele ofereceu a Deus uma só vez, satisfez plenamente à justiça do Pai. e para todos aqueles que o Pai lhe deu adquiriu não só a reconciliação, como também uma herança perdurável no Reino dos Céus.

Referências. Rm 5.19,25,26; Hb 10.14; Ef 1.11,14; Cl 1.20; 2Co 5.18,20; Jo 17.2; Hb 9.12-15.

VI. Ainda que a obra da redenção não foi realmente cumprida por Cristo senão depois da sua encarnação; contudo a virtude, a eficácia e os benefícios dela, em todas as épocas sucessivamente desde o princípio do mundo, foram comunicados aos eleitos naquelas promessas, tipos e sacrifícios, pelos quais ele foi revelado e significado como a semente da mulher que devia esmagar a cabeça da serpente, como o cordeiro morto desde o princípio do mundo, sendo o mesmo ontem, hoje e para sempre.

Referências. Gl 4.45; Gn 3.15; Hb 3.8.

VII. Cristo, na obra da mediação, age de conformidade com as suas duas naturezas, fazendo cada natureza o que lhe é próprio: contudo, em razão da unidade da pessoa, o que é próprio de uma natureza é às vezes, na Escritura, atribuído à pessoa denominada pela outra natureza.

Referências. Jo 10.17-18; 1Pe 3.18; Hb 9.14; At 20.28; Jo 3.13.

CAPÍTULO IX DO LIVRE ARBITRIO

I. Deus dotou a vontade do homem de tal liberdade, que ele nem é forçado para o bem ou para o mal, nem a isso é determinado por qualquer necessidade absoluta da sua natureza.

Referências. Tg 1.14; Dt 30.19; Jo 5.40; Mt 17.12; At 7.51; Tg 4.7.

II. O homem, em seu estado de inocência, tinha a liberdade e o poder de querer e fazer aquilo que é bom e agradável a Deus, mas mudavelmente, de sorte que pudesse decair dessa liberdade e poder.

Referências. Ec 7.29 Cl 3.10; Gn 1.26; 2.16-17; 3.6.

III. O homem, caindo em um estado de pecado, perdeu totalmente todo o poder de vontade quanto a qualquer bem espiritual que acompanhe a salvação, de sorte que um homem natural, inteiramente adverso a esse bem e morto no pecado, é incapaz de, pelo seu pr6prio poder, converter-se ou mesmo preparar-se para isso.

Referências. Rm 5.6 Rm 8.7-8; Jo 15.5; Rm 3.9-10,12,23 Ef 2.1,5; Cl 2.13; Jo 6.44,65; 1Co 2.14; Tt 3.3-5.

IV. Quando Deus converte um pecador e o transfere para o estado de graça, ele o liberta da sua natural escravidão ao pecado e, somente pela sua graça, o habilita a querer e fazer com toda a liberdade o que é espiritualmente bom, mas isso de tal modo que, por causa da corrupção, ainda nele existente, o pecador não faz o bem perfeitamente, nem deseja somente o que é bom, mas também o que é mau.

Referências. Cl 1.13; Jo 8.34,36; Fp 2.13; Rm 6.18,22; Gl 5.17; Rm 7.15,21,23; 1Jo 1.8,10.

V. É no estado de glória que a vontade do homem se torna perfeita e imutavelmente livre para o bem só.

Referências. Ef 4.13; Jd 1.24; 1Jo 3.2.

CAPÍTULO X DA VOCAÇÃO EFICAZ

I. Todos aqueles que Deus predestinou para a vida, e só esses, é ele servido, no tempo por ele determinado e aceito, chamar eficazmente pela sua palavra e pelo seu Espírito, tirando-os por Jesus Cristo daquele estado de pecado e morte em que estão por natureza, e transpondo-os para a graça e salvação. Isto ele o faz, iluminando os seus entendimentos espiritualmente a fim de compreenderem as coisas de Deus para a salvação, tirando-lhes os seus corações de pedra e dando lhes corações de carne, renovando as suas vontades e determinando-as pela sua onipotência para aquilo que é bom e atraindo-os eficazmente a Jesus Cristo, mas de maneira que eles vêm mui livremente, sendo para isso dispostos pela sua graça.

Referências. Jo 15.16; At 13.48; Rm 8.28-30; Rm 11.7; Ef 1.5,10; 1Ts 5.9; 2Ts 2.13-14; 2Co 3.3,6; Tg 1.18; 1Co 2.12; Rm 5.2; 2Tm 1.9-10; At 26.18; 1Co 2.10,12; Ef 1.17-18; 2Co 4.6; Ez 36.26; Ez 11.19; Dt 30.6; Jo 3.5; Gl6.15; Tt 3.5; 1Pe 1.23; Jo 6.44-45; Sl 90.3; Jo 9.3; Jo 6.37; Mt 11.28; Ap 22.17.

II. Esta vocação eficaz é só da livre e especial graça de Deus e não provem de qualquer coisa prevista no homem; na vocação o homem é inteiramente passivo, até que, vivificado e renovado pelo Espírito Santo, fica habilitado a corresponder a ela e a receber a graça nela oferecida e comunicada.

Referências. 2Tm 1.9; Tt 3.4-5; Rm 9.11; 1Co 2.14; Rm 8.7-9; Ef 2.5; Jo 6.37; Ez 36.27; Jo 5.25.

III. As crianças que morrem na infância, sendo eleitas, são regeneradas e por Cristo salvas, por meio do Espírito, que opera quando, onde e como quer, Do mesmo modo são salvas todas as outras pessoas incapazes de serem exteriormente chamadas pelo ministério da palavra.

Referências. Gn 17.7; Sl 105.8-10; Ez 16.20-21; Lc 18.15-16; At 2.39; Gl 3.29; Jo 3.8; 16.7-8; 1Jo 5.12; At 4.12.

IV. Os não eleitos, posto que sejam chamados pelo ministério da palavra e tenham algumas das operações comuns do Espírito, contudo não se chegam nunca a Cristo e portanto não podem ser salvos; muito menos poderão ser salvos por qualquer outro meio os que não professam a religião cristã, por mais diligentes que sejam em conformar as suas vidas com a luz da natureza e com a lei da religião que professam; o asseverar e manter que podem é muito pernicioso e detestável.

Referências. Mt 13.14-15; At 28.24; Mt 22.14; Mt 13.20-21; Mt 7.22; Hb 6.4-5; Jo 6.64-66; Jo 8.24; At 4.12; Jo 14.6; Jo 17.3; Ef 2.12-13; 2Jo 1.10; Gl 1.8; At 4.12.

CAPÍTULO XI DA JUSTIFICAÇÃO


I. Os que Deus chama eficazmente, também livremente justifica. Esta justificação não consiste em Deus infundir neles a justiça, mas em perdoar os seus pecados e em considerar e aceitar as suas pessoas como justas. Deus não os justifica em razão de qualquer coisa neles operada ou por eles feita, mas somente em consideração da obra de Cristo; não lhes imputando como justiça a própria fé, o ato de crer ou qualquer outro ato de obediência evangélica, mas imputando-lhes a obediência e a satisfação de Cristo, quando eles o recebem e se firmam nele pela fé, que não têm de si mesmos, mas que é dom de Deus.

Referências. Rm 8.30; 3.24,27-28; 2Co 5.19; Tt 3.5-7; Ef 1.7; Jr 23.6; Jr 23.6; Jo 1.12; Jo 6.44-45; At 10.43-44; Fil 1.20; Ef 2.8.


II. A fé, assim recebendo e assim se firmando em Cristo e na justiça dele, é o único instrumento de justificação; ela, contudo não está sozinha na pessoa justificada, mas sempre anda acompanhada de todas as outras graças salvadores; não é uma fé morta, mas obra por amor.

Referências. Jo 3.16,18,36; Rm 3.28 Rm 5.1; Tg 2.17,22,26; Gl 5.6.


III. Cristo, pela sua obediência e morte, pagou plenamente a dívida de todos os que são justificados, e, em lugar deles, fez a seu Pai uma satisfação própria, real e plena. Contudo, como Cristo foi pelo Pai dado em favor deles e como a obediência e satisfação dele foram aceitas em lugar deles, ambas livremente e não por qualquer coisa neles existente, a justificação deles é só da livre graça, a fim de que tanto a justiça restrita como a abundante graça de Deus sejam glorificadas na justificação dos pecadores.

Referências. Rm 5.8-9; 2Tm 2.5-6; Hb 10,14; Rm 8.32; 2Co 5.21; Mt 3.17; Ef 5.2; Rm 3.26; Ef 2.7.


IV. Deus, desde toda a eternidade, decretou justificar todos os eleitos, e Cristo, no cumprimento do tempo, morreu pelos pecados deles e ressuscitou para a justificação deles; contudo eles não são justificados enquanto o Espírito Santo, no tempo próprio, não lhes aplica de fato os méritos de Cristo.

Referências. Gl 3.8; 1Pe 1.2,19,20; Gl 4.4; 1Tm 2.6; Rm 4.25; 1Pe 1.21; Cl 1.21-22; Tt 3.4-7.


V. Deus continua a perdoar os pecados dos que são justificados. Embora eles nunca poderão decair do estado de justificação, poderão, contudo, incorrer no paternal desagrado de Deus. e ficar privados da luz do seu rosto, até que se humilhem, confessem os seus pecados, peçam perdão e renovem a sua fé e o seu arrependimento.

Referências. Mt 6.12; 1Jo 1.7-9; 2.1-2; Lc 22.32; Jo 10.28; Sl 89.31-33; 32.5.